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Mostrando postagens de 2016

Psicodella: estréia em disco autoral com muita energia

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Mesmo em tempos em que comprar CDs já não mais o hábito mais praticado por fãs de rock, o lançamento de um álbum ainda se configura como meta principal das bandas que se dedicam a produzir música autoral. E, quando se trata de um primeiro full length, essa meta é sempre cercada de muitas expectativas. Afinal, qual músico não tem uma overdose de curiosidade pra saber o que ou ouvintes estão achando de seu trabalho. E imagino que essa realidade se aplique à banda Psicodella. Nascida em São José do Rio Preto, ela se chamava anteriormente Torn, e circulava por diversas cidades da região, atuando com covers de nomes como System of a Down, AC/DC, além de artistas nacionais como Pitty e Raimundos. Até que em 2016, vieram mudanças profundas na carreira do grupo, que hoje tem Anie Doná (vocal), Walter Poletti (guitarra), Daniel Borsato (bateria) e Hailon Vançan (baixo). Primeiro mudaram de nome, passando a chamar-se Psicodella. E gravaram no estúdio Busic (em Sampa, dos irmãos Andria e

King Bird retorna mais forte que nunca com "Got Newz"

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Quando lançou, em 2005, o álbum “Jaywalker”, a banda paulistana King Bird não só cravava na história do rock nacional um dos melhores discos de estreia como também perpetuaria um dos melhores trabalhos já surgidos no país. Um álbum eximiamente bem composto, variado e extremamente agradável, o disco mostrou ao público uma banda que bebia de referências do hard rock setentista, misturando uma pegada áspera com doses alucinantes de melodia, em temas empolgantes como "Underdog", "Old Jack", "Down the Crosswords" e "Mother Nature". Em 2008, veio o segundo play, "Sunshine", que manteve a pegada do primeiro, com algumas doses de modernidade na produção. Então, o esmerado vocalista João Luiz deixa a banda para se dedicar ao Casa das Máquinas. Uma aura de dúvidas pairou sobre os fãs do grupo, até que, em 2014, fora anunciado um novo vocalista Ton Cremon,  e divulgada a faixa inédita "Daybreak". Enfim, em 2016, chegou ao mundo o no

Vodu: celebrando o passado e projetando o futuro

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Para as gerações mais novas de consumidores de heavy metal no Brasil, talvez seja difícil compreender o paradoxo que foi a cena dos anos 1980.  Equipamentos e instrumentos precários (poucos eram os que tinham acesso aos importados), condições de palco lastimáveis, divulgação musical relegada a fitas demos e zines, mas ao mesmo tempo, havia uma aderência inacreditável daqueles primeiros fãs de heavy metal no país. Não era incomum notícias sobre shows que geravam 1,2 ou até 5 mil de expectadores. Público hoje de nomes internacionais. É nesse cenário que muitos pioneiros se atreveram a criar e a desenvolver sua arte musical dentro dos domínios do underground brasileiro. Mais de trinta anos depois, muitos deles retomaram as formações de suas bandas (alguns lançando discos, outros fazendo shows) como é o caso de nomes como Dorsal Atlântica, Taurus, MX, Centúrias, Viper, Vulcano, Chakal, dentre outros. É nessa seara que encontra o não menos histórico Vodu. Com três discos lançados, &quo

Centro da Terra - recriando a aura psicodélica dos 70

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O mundo da música, e especificamente, do rock and roll, concebeu diversos movimentos nos últimos 50 anos. Na década de 1960 celebrava-se a liberdade e a poesia, quando tais elementos foram emoldurados pela agressividade de um modelo sonoro embalado por guitarras cheias de distorção, bateria com timbres cada vez mais concisos e marcações de baixo que fugiram do esquema padrão do blues. Isso fez com que a psicodelia daquela geração gerasse bandas que soavam ao mesmo tempo, ácidas e lisérgicas. Passados cinco décadas, é cada vez maior o número de grupos que apostam nesse modelo, trazendo a nossos ouvidos, em pleno século 21, essa deliciosa sonoridade vintage, que nos faz vivenciar os sabores daquela época com um tempero da modernidade da produção musical dos tempos atuais. É nesse grupo de bandas que se encaixa o trabalho do Centro da Terra . Nascida em São José do Rio Preto/SP, a banda tem trilhado sua carreira por produções cheias de climas, psicodelia e referências poéticas aos