King ov Deception – estreia espetacular com o brutal álbum “The Hunt”

 

Foi-se a época em que as produções musicais de estilos mais extremos de rock e heavy metal no Brasil eram sofríveis em termos de produção sonora. Em pleno 2024 não há mais diferenças entre as produções gringas e brasileiras, no tocante de captação, mixagem e masterização, uma vez que as bandas nacionais sempre tiveram altos padrões de composição e execução. A banda King ov Deception é mais uma prova viva dessa equidade de alto nível de produção sonora.

Formada em 2021 e oriunda de São José do Rio Preto/SP, pelo trio Gustavo Vernechio (voz), Henrique Ferraz (guitarra e voz - baixo no album) e Thiago Silva (guitarra) – a bateria está  provisioramente com Airam (Order of Destruction) e o King ov Deception lança em 2024 seu primeiro álbum, “The Hunt”, uma notória viagem embalada pelo mais atmosférico e viajante black metal. Com a aura obscura que o é o DNA do estilo, mesclado por aventuras melódicas e arranjos complexos.

As músicas possuem a rispidez e velocidade obrigatória da vibe extremista, com vocais guturais rasgados (lembram Schirmer, do Destruction), com backings graves e solos melódicos. Tendo sempre teclados como cama entre os arranjos.

 

Para abrilhantar ainda mais o debut, vários convidados especiais participam de algumas faixas.

“The Hunt” estará disponível nas plataformas de streaming, a partir de 09 de maio de 2025. E de quebra a banda já está trabalhando num futuro álbum (com composições anteriores a “The Hunt”).

 


 A história do disco gira em torno da bruxa Urpia, encarnada numa camponesa que vivia sob o terror do comando da Inquisição Religiosa, que praticava duros atos contra os moradores da região de Markath, em nome da igreja. As músicas narram a vingança de Urpia, a atuação do Bispo Altharos, possuído por uma entidade, que fazia horrores com os moradores, e o confronto entre Urpia e Altharos.

 

 “Inquisition” – violão, teclado e sintetizador já dão o clima denso, com palhetadas pesadas, bateria em blast beats e vocais desesperados. Coros inseridos dão um clima orquestral da faixa. Coros líricos ao final.

“At Midnight” – Já entra a 3.700km por segundo, licks melódicos abrem nova agressão. As linhas vocais se revezam entre o gutural clássico e tons rasgados. Mais uma vez coros graves podem lembrar algum movimento de viking metal.

“Equal To Death” – Lickerama e bateria insana conduzem a faixa. A faixa tem um quê do melocid death da cena de Gotemburgo (Suécia).

“Soon I Won't Be Here” – A melodia branda dá espaço a uma faixa mais cadenciada no início, ainda contando com o peso e agressão vocal. Em algumas passagens tem um flerte com metal clássico. Mas a velocidade também aparece em alguns andamentos.

“Farewell” – Mais sinfonia pesada e batera desenfreada. A linha é death/black, mas os vocais (alguns limpos) seguem uma linha mais cadenciada. Casamento ideal entre licks e bases esticadas. Mais um clima viking na área. Dobra excelente de guitas.

“Bishop” – Tem a participação do vocalista Fábio Caldeira, do (internacional) Maestrick (banda de Rio Preto). O lirismo extremo sempre costurando as passagens. O timbre de Fábio traz um elemento diferente e casamento perfeitamente com esta passagem da história. Belo solo das seis cordas.

“Clergy the Word of God” – Sinos licks e solos cortantes, uma aventura thrash em alguns momentos. A voz forte de mais um convidado, Raphael Dantas (Ego Absence e Gloria Perpétua). Pelos elementos melódicos e a presença de Dantas, talvez a que apresenta mais melódica do álbum, incluindo os coros líricos, contracenando com a rispidez black.

“Bard” – O violão do início traz o renascentismo climático por alguns segundos. A faixa conta como convidado Junior Moreira, do Terror Cult (Fernandópolis). Pelo death também ser cardápio do som do KOD, essa parceria ficou totalmente adaptada. E tome blast beats.

“Collapse” – Baquetas pegando fogo desde o começo. Representa uma síntese do som da banda. Black sinfônico, com muita melodia nas cordas, andamento veloz e alternância entre os guturais.

“Unholy War” - A faixa que encerra “The Hunt” conta com Caio Pimentel, vocalista do OUDN. Começa com cadência (em algum momento me lembra alguns discos do Bathory), ganha o majestoso arregaço extremo e conta com boa quebra de andamentos no desenvolver da faixa. Sim temos velocidade extrema e corais líricos (graves) também. E finaliza com clima tétrico e obscuro. Como não poderia deixar de ser.

 

O Ready teve o privilégio de ter acesso às músicas de “The Hunt” antes de seu lançamento oficial. Conversamos com Gustavo Vernechio e Henrique Ferraz, que nos conta como surgiram os temas do álbum e os planos da banda. 

 

Ready to Rock - Alguns membros da banda integravam o OUDN, que em sua essência soava nos padrões do Metalcore. Agora o King ov Decepction produz sua música baseando-se num black metal sinfônico e atmosférico. Como se deu essa mudança na intenção de seguir nessa linha?

Gustavo Vernechio: Desde adolescente, sempre tive o desejo de ter uma banda de black/death metal. Minha intenção inicial era formar uma one man band. Foi ao compartilhar essa vontade com Henrique Ferraz que surgiu a possibilidade de termos, pela primeira vez, um projeto conjunto. Até então, ele havia atuado apenas como produtor musical da OUDN, sem que tivéssemos trabalhado juntos como uma banda.

Como a ideia inicial era lançar nosso trabalho exclusivamente de forma digital, não víamos necessidade de uma formação completa. No entanto, à medida que as composições avançavam, começamos a perceber que isso poderia mudar no futuro. Foi assim que convidei meu amigo Thiago Silva, guitarrista da OUDN, e Airam Souza, da Order of Destruction, como baterista de apoio, para integrar o projeto, pensando na possibilidade de um dia tocarmos ao vivo.

 

RR - Como se deu o processo de composição, envolvendo todos os músicos da banda?

Henrique Ferraz: O processo de composição e os arranjos de todos os instrumentos foram feitos por mim, Henrique Ferraz, pois, desde o início do projeto, eu já era o responsável por essa parte, e mantivemos essa dinâmica até a finalização do álbum. A composição, na verdade, é a etapa mais divertida e imersiva do processo de gravação; é nesse momento que pude explorar e trazer toda a bagagem musical que adquiri ao longo de mais de 20 anos de estudo como músico e compositor.

Cada música traz uma referência de estilo ou banda que gostamos. Porém, na parte rítmica pesada, não poderiam faltar influências como Dimmu Borgir, Behemoth e Belphegor. Essas três bandas possuem uma estética musical interessantíssima, com compassos compostos, baterias extremamente rápidas e bem trabalhadas, além do clima soturno que é impresso pelo Black Metal escandinavo. Em contraponto a tudo isso, busquei caminhos melódicos que fugissem um pouco desse Metal Extremo, mas que, de alguma forma, dialogassem bem com ele.

Para as linhas de orquestração, eu trouxe minhas influências de Nat King Cole, Josh Groban, Henry Mancini e Ennio Morricone. Inclusive, por trás de toda a agressividade mostrada nas músicas, vocês poderão encontrar melodias belíssimas no meio desse "caos". Recomendo a vocês os refrões de "Inquisition", "Equal to Death", "Clergy The Word of God" e "Collapse". Cada trecho, cada dueto e cada escolha de instrumento da orquestração foi cuidadosamente pensado, como a flauta doce de "Soon I Won't Be Here", trazendo a melancolia de uma partida; o piano tocado no final de "Farewell", que nos leva à "despedida da humanidade" de Urpia, protagonista da história; ou então os violões de "Bard", uma música mais teatral, que nos traz uma levada celta com uma mistura, digamos, mais "sombria" da música gaúcha. "At Midnight" é o puro caos sonoro, creio que seja a música mais soturna do álbum.

E, por fim, ressalto os elementos sacros, como os corais de "Bishop", o refrão épico e a sonoplastia de "Unholy War".

 

RR - A qualidade sonora final do disco é impressionante. Nos conte sobre a produção.

Henrique Ferraz: Desde já, meu muitíssimo obrigado! Primeiro, gostaria de falar um pouco do meu background na parte de produção. Trabalhei profissionalmente como produtor musical aqui em Rio Preto por cinco anos, gravando diversas bandas de rock e, principalmente, de metal. Nesse tempo, pude aprimorar minhas habilidades na parte de gravação, mixagem e masterização. Creio que minha evolução deu um salto ao gravar o álbum "Time To Decay" da OUDN entre o final de 2016 e início de 2017. Trabalhei em conjunto com o renomado produtor Adair Daufembach e fiquei encarregado de fazer a produção, gravação e edição das músicas. Foi ali que eu realmente aprendi a importância de captar e extrair o máximo da performance dos músicos. Adair era extremamente minucioso nos detalhes: nada passava despercebido. A forma correta de palhetar em cada parte, precisão ao tocar, gravar e, principalmente, editar.

Juntando toda essa experiência, após várias noites sem dormir e dias fazendo testes de mixagem, cheguei ao resultado que vocês poderão conferir no dia 09/05, no lançamento do álbum. Estamos muito orgulhosos e ansiosos para compartilhar esse trabalho com vocês. Ele é fruto de muito esforço e dedicação, investimento de horas e dinheiro para trazer o melhor em qualidade e peso sonoro ao público.

Fugindo um pouco do Death/Black Metal tradicional, ao invés de gravar com guitarra de 6 cordas, optei por gravar todas as músicas com minha guitarra de 7 cordas, feita à mão pelo incrível luthier Fabio Rocha. “The Hunt” tem uma temática central focada em melodias celtas, pois se trata de um conto medieval de terror. Contudo, fomos adicionando nosso estilo às músicas, o que, para mim, foi o diferencial para a criação de uma identidade sonora. Temos solos, orquestrações, momentos épicos, melodias mais intimistas e até utilizações pontuais de breakdowns para compor algumas partes rítmicas mais pesadas.

Com exceção de “Bishop”, todos os trechos de corais foram gravados por mim, Henrique Ferraz. Isso foi um grande desafio, já que nunca havia gravado nada como "cantor profissional" — algo que, de fato, não me considero. Sou apenas um guitarrista que se arrisca a fazer alguns vocais limpos. Para trazer aquela atmosfera mais sinistra às músicas, Gustavo utilizou diversos estilos de vocais guturais, como false chord, fry e drives. É realmente um álbum que foi pensado em cada detalhe.

 

 

RR - Como foi o desenvolvimento dos arranjos vocais? Se mostram bem complexos no disco.

Gustavo Vernechio: Até então, eu não tinha nenhum trabalho gravado como vocalista, o que pode ser confuso para quem conhece meu trabalho como guitarrista na OUDN. Muitos acreditavam e ainda acreditam que sou um dos guitarristas do King, e não o vocalista.

Sobre os arranjos, eu sempre brinco com Henrique Ferraz que tento sentir cada música e composição para expressar o sentimento de cada personagem ou ação abordada na história. Como todas as músicas estão ligadas a um capítulo do conto de terror medieval que estou escrevendo, Henrique já começa a compor o instrumental baseado nesse capítulo, transmitindo desde o início um sentimento específico.

Por exemplo, a música "Jester", do futuro álbum “Tales of Markath”, é sobre um bobo da corte. Para ela, Henrique compôs um instrumental com influências circenses e medievais, o que me levou a escrever e imaginar como um bobo da corte falaria, pensaria e cantaria. Tudo isso foi trazido na minha interpretação com fry scream!

Um fato curioso é que minha maior influência como vocalista veio quando conheci o trabalho de Travis Ryan, da banda Cattle Decapitation.

 

RR -“The Hunt”, pela estória apresentada, se enquadra no padrão álbum conceitual?

Gustavo Vernechio: Sim, é um álbum totalmente conceitual, em que cada música aborda um capítulo da história.

Um fato interessante é que a trama começava originalmente no álbum “Tales of Markath”, que se iniciava com dois prólogos e dez capítulos. No entanto, decidimos engavetar esse álbum para produzir um novo, inicialmente fora do conceito anterior, com o objetivo de conquistar uma base de público. Dessa forma, no futuro, poderíamos apresentar nosso segundo álbum de maneira mais justa.

Mas, de última hora, decidimos que “The Hunt” aconteceria cem anos antes de “Tales of Markath”. Com isso, tive bastante trabalho para criar conexões e vínculos, garantindo a continuidade e enriquecendo ainda mais esse conto de terror medieval.

 

RR - O disco tem convidados especiais. Fábio Caldeira (Maestrick), Raphael Dantas (Gloria Perpetua), Junior Moreira (Terror Cult) e Caio Pimentel (OUDN). Como se deu a escolha de vozes tão diferentes para se encaixar na proposta de cada faixa?

Gustavo Vernechio: No início, não tínhamos ideia de que haveria participações especiais no nosso álbum “The Hunt”. Todo canto limpo e coral fica por conta do Henrique Ferraz.

Então, conforme fomos compondo, lá pelo quinto e sexto capítulo, imaginei que ambas as composições encaixariam muito bem com Fábio Caldeira (Maestrick) e Raphael Dantas (Gloria Perpetua). A partir disso, decidimos convidar Junior Moreira (Terror Cult) e Caio Pimentel (OUDN).

 

RR - Como foi gravar novamente com Caio, visto que tocaram juntos há bastante tempo com o OUDN?

Gustavo Vernechio: O Caio é um músico incrível, com uma habilidade excepcional para cantar e escrever. Já tinha essa percepção quando Thiago Silva e eu enviamos as músicas da OUDN prontas para ele compor sua parte escrita, e ele as criou e cria com grande maestria.

Com o King não foi diferente—ele entendeu minha ideia logo de cara e gravou sua participação no Zarref Studios, de Henrique Ferraz.

 

RR - O álbum mostra que o K.O.D. desenvolveu sua cara própria. Elementos extremos, alternando passagens mais cadenciadas e muita melodia em licks e solos. Na maioria das músicas esses elementos se intercalam. Como você, de dentro da banda, visualiza esse padrão?

Henrique Ferraz: Essa "fórmula" levou cerca de dois meses para se concretizar. Testamos diversas misturas de ritmos, riffs, levadas e licks até que conseguimos chegar ao resultado que vocês poderão conferir ao ouvir o álbum. Tentamos criar algo que trouxesse um equilíbrio entre o metal extremo, mas que também tivesse uma estrutura mais "pop" — digo isso no sentido de ter um refrão fácil de se recordar ou melodias que se harmonizassem bem com momentos enérgicos de orquestrações, solos rápidos e vários elementos acontecendo ao mesmo tempo.

O que poucos sabem é que essa fórmula surgiu, na verdade, antes do "The Hunt". No primeiro ano da banda, chegamos a compor outro álbum completo, com 12 músicas. Ele já tem título, capa, letras prontas e tudo mais. Ficamos tão empolgados com a qualidade das músicas que tivemos receio de lançar esse trabalho sem a devida preparação de marketing e divulgação, além de que não teríamos uma base sólida de fãs que pudessem curtir o álbum da forma que ele merece. Esse projeto seguiu a mesma receita: músicas contadas em capítulos, personagens cativantes e melodias memoráveis. Foi então que eu e Gustavo tivemos uma ideia: decidimos deixar esse trabalho para um futuro não tão distante, e foi aí que nasceu a ideia de criar "The Hunt."

Inicialmente, "The Hunt" seria um álbum mais simples e direto (risos), porém, novamente, vimos potencial nas músicas e resolvemos dar um grande upgrade. Entrelaçamos ainda mais a história, criamos detalhes mais ricos nas narrativas e desenvolvemos artes para cada capítulo, entre outras melhorias nas composições. Além das músicas, teremos um digibook que trará imagens, letras traduzidas e o contexto histórico de cada capítulo. A história será narrada por mim ao melhor estilo de um conto medieval de terror!

Estamos fazendo tudo isso para que as pessoas tenham a máxima imersão nessa odisseia musical. Temos certeza de que os amantes de histórias de terror e metal vão gostar. É muito gratificante participar de um projeto assim. Demos o nosso melhor em todas as etapas. Por não vivermos da música, isso nos custou tempo, mas valeu a pena esperar. É algo de que temos muito orgulho e estamos ansiosos para mostrar para vocês. Nos vemos nessa caçada!

 

 

RR - A banda já se apresentou ao vivo? Fico imaginando a dificuldade de apresentar “The Hunt” com todos seus elementos nos arranjos, até pelo fato de a banda ser um trio.

Gustavo Vernechio: Ainda não nos apresentamos ao vivo, pois, desde o início, a ideia era ser uma banda digital. Continuamos com essa mentalidade e só consideramos apresentações caso surja uma boa oportunidade.

Nossas músicas não seguem o tradicional death/black metal raiz, trazendo arranjos complexos e bem definidos, como se pode notar no álbum “The Hunt”, que você ouviu antecipadamente.

Sobre a banda ser um "trio", já considerei a possibilidade de cantar e tocar contrabaixo ao mesmo tempo. Como guitarrista, sempre tive certa afinidade com o básico do contrabaixo, mas ainda não defini essa opção, pois gostaria de ter mais liberdade nos palcos caso realizemos concertos ao vivo.

Todas as músicas do King exigem duas guitarras para serem executadas ao vivo, então nossa formação atual conta com Gustavo Vernechio como vocalista, Henrique Ferraz e Thiago Silva como guitarristas, além de Ainda Souza como baterista provisório.

 

RR - É óbvio que o padrão sonoro da banda, mesmo com uma produção esmerada, representa a bandeira do underground. E o Brasil tem nomes fortes do metal extremo sendo reconhecidos lá fora. Como está a expectativa da aceitação da banda e existem planos pra um dia tocar no exterior, principalmente na Europa?

Gustavo Vernechio: Esse é o sonho de qualquer compositor de metal, creio eu. A Europa é praticamente o auge do nosso gênero, e gostaríamos de conquistar a aceitação tanto do público europeu quanto do americano.

Atualmente, nosso público é composto por pessoas do nosso dia a dia, que já conhecem nosso trabalho de alguma forma. Por isso, acredito que ainda estamos em uma etapa anterior do underground!

 


 

RR - Pegando carona na questão anterior, saíram 3 singles antes do “The Hunt”. “The Hunter”, “Urpia the Witch” e “Defenceless”. Isso em 2023. O fato delas não entrarem no álbum tem o tema lírico? E qual foi a recepção nas redes por conta destas faixas?

Gustavo Vernechio: Sim, são três prólogos que iniciam a história desse conto.

The Hunter: Este prólogo narra os momentos finais do último grupo dos melhores guerreiros do condado de Markath. Após a última tentativa, liderada por um guerreiro de alto escalão e composta por veteranos experientes, Urpia massacra todo o grupo diante dos olhos de seu líder. Ela o submete a uma terrível tortura psicológica, deixando-o profundamente destruído por dentro. Ao testemunhar a carnificina, ele percebe, de maneira incontestável, que Urpia não é algo humano.

Urpia the Witch: Este prólogo narra o período em que Urpia ressuscita como uma entidade, desaparecendo na floresta mais obscura e remota de Markath. Por meses, diversos grupos compostos pelos melhores guerreiros foram enviados para tentar descobrir sua localização, mas nenhum deles retornou com vida. Urpia torturava e matava suas vítimas da forma mais brutal possível.

Defenseless: Este prólogo narra a história de Bárbara Urpia, uma camponesa cuja família foi perseguida e torturada sob acusação de heresia. Seus filhos foram brutalmente assassinados, e seu marido desmembrado enquanto preparavam a pira onde ela seria queimada. Após implorar pela vida de seus filhos, Urpia confronta o padre, dizendo: "Padre, se isso é ser servo de Deus, então realmente eu sou uma bruxa!"
Nos momentos finais, enquanto as chamas consumiam seu corpo e a dor já não mais o percorria, uma voz ecoou em seus pensamentos, oferecendo vingança, mas a um preço a ser pago.

 


 

 

RR - O álbum saiu de forma independente. Houve alguma tentativa de fechar com algum selo?

Gustavo Vernechio: Somos totalmente independentes. Como uma banda nova, ainda não recebemos convites de nenhum selo, e também não fizemos nenhuma tentativa de contato.

 

RRR - A banda pretende lançar o álbum em mídia física?

Gustavo Vernechio: Pensamos em lançar mídia física, sim, mas, infelizmente, isso não nos agregaria muito neste momento. Sempre recebemos mensagens desse tipo em nossas redes sociais e sabemos que, mesmo na era digital, muitas pessoas ainda apreciam a mídia física. No entanto, como não faremos apresentações ao vivo por agora, acredito que produzir mídia física sem a oportunidade ideal de venda não seja viável. Em vez disso, o melhor seria investir o valor da prensagem em clipes ou marketing.

 

RR - Fique à vontade para deixar quaisquer outras informações sobre a banda ou sobre “The Hunt”.

Gustavo Vernechio: Primeiramente, gostaríamos de agradecer a você, Júlio Verdi, pelo convite para esta entrevista, assim como a todos que nos acompanharam até aqui!
 Esperamos que tudo corra bem neste início de nossa nova jornada com o King ov Deception e que, apesar das dificuldades de todo projeto autoral, tenhamos sempre disposição para levar adiante nossa vida profissional e nossa paixão por compor aquilo que realmente sentimos!

 

 

O que se percebe ao ouvir “The Hunt” é que trio colocou muita dedicação, suor e capricho ao desenvolver temas tão profundos e intensos. É a qualidade da brutalidade. Dentro do segmento ao que se lançaram, aqueles que acompanham o surgimento de bandas no lado mais extremo do metal, vão concordar comigo que o King ov Deception não deve nada a produções similares, aqui e lá fora. Se a opção futura da banda for se lançar a turnês e dispuser de um management adequado, pode angariar um público ainda mais considerável para assistência de sua arte. E porque não se tornar a próxima banda da região a galgar trilhas internacionais.

 

 

CONTATOS

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