Taurus: forte, ativo e preparando DVD/CD ao vivo
Para
quem acompanha a trajetória do heavy metal em nosso país, é chover no molhado
ressaltar a importância no nome Taurus nesse cenário. A banda carioca, que
lançou em 1986 o clássico “Signo de Taurus”, continua viva e forte em seus
propósitos. Após um breve intervalo a banda retomou a carreira lançando o
impactante “Fissura”, em 2010 e, entre a rotina de shows, prepara mais alguns
lançamentos, dentre eles um novo álbum de estúdio. O Ready to Rock conversou
com o baterista e fundador Sérgio Bezz sobre o passado da banda e seus projetos
atuais. Completam hoje esse monstro sagrado do thrash nacional, seu irmão
Cláudio Bezz (guitarras), Otávio
Augusto (Voz) e Felipe Melo (Baixo).
Ready to Rock - A primeira pergunta não poderia ser outra.
Como está a situação da carreira do Taurus nos dias de hoje?
Sérgio Bezz - Estamos
ativos! Fazemos poucos shows, mas cada um se transforma em uma celebração,
trazendo muitos fãs de muitos anos, e novos também. Nosso último lançamento foi
a participação no “Super Peso Brasil”, um projeto que reuniu bandas que fizeram
parte da história do metal brasileiro dos anos 80, cantando em português. Esse
projeto se tornou um DVD e CD. Estamos preparando um novo de inéditas, talvez
para o próximo ano.
RR- O disco “Signo de
Taurus” (1986) é considerado um dos maiores do heavy metal do Brasil. Como você,
de dentro da banda, vê hoje esse disco?
SB - Com
muito orgulho, sem dúvida. Foi um momento muito bom. Éramos bem novos, e
tínhamos um espírito mais desbravador. Tivemos esse resultado, de uma
qualidade, acho eu, até hoje interessante.
A cada vez que ao vivo tocamos as músicas, o sangue corre. Participei de
algumas composições dele, e é ótimo ver bandas iniciando suas carreiras e
fazendo covers desse álbum. Acredito que já escutei gravações de todas as
músicas dele.
RR - A partir do
“Trapped in Lies”, a banda evoluiu num direcionamento mais técnico e de
produção. Aquele disco poderia ser o “Schizophrenia”
do Taurus?
SB - É
difícil essa comparação. Nunca pensei nisso. Há um sentido de evolução musical
do primeiro para o segundo álbum, isso é notório. O “Trapped in Lies” é um
álbum importante pra gente, sem dúvida houve essa evolução. As composições
tomaram um curso mais elaborado que o “Signo de Taurus”. Trazendo elementos
mais harmônicos. Soma-se a mudança do vocal, o que nos trouxe outras
referências pra gente.
RR - Pegando carona
da questão anterior, o que faltou para que o Taurus estourasse assim como fez o
Sepultura?
SB - Foram
muitas conjunções que fizeram a abertura deles para o mundo. Naquele tempo, o
Sepultura tinha uma potência e uma decisão incrível em levar aquilo como suas
vidas, eles eram aquilo, e os admiramos por isso. Tomaram as decisões certas
pra isso. Em nosso caso, nossas relações no meio não viabilizaram isso.
RR - O Rio de Janeiro
foi sempre um forte produtor da cena HM no país, com nomes como Dorsal
Atlântica, Azul Limão, Taurus, Metralion, dentre outras. Você acompanha a cena
carioca nos dias de hoje?
SB - Acompanho,
um pouco à distância. Mas mantenho principalmente a atenção pra as bandas que
persistem, aquelas que vejo uma verdade no que fazem, sem ficar somente
interessados na imagem, e nos negócios.
RR - Uma pergunta que
sempre faço ao pessoal que praticamente começou a epopeia do metal no Brasil. Como
você vê o momento atual do estilo em nosso país?
SB - Atualmente
o movimento cresceu muito. Com isso mais bandas conseguiram consolidar suas
carreiras, no Brasil e fora do país. Agora é comum vermos várias bandas
brasileiras fazendo tours pela Europa, o que nos anos 80 não existia. Há um
profissionalismo maior, inclusive de agências organizadoras dessas tours fora
do país. Um mercado evidente no Brasil se fez com o metal, movimentando muito
dinheiro, mas ainda há uma fatia em potencial mal explorada, vinda do
underground dependendo de profissionalização de alguns segmentos, de produção
de shows, e comunicação, é minha opinião.
RR - Não querendo ser
saudosista, mas sendo, nos anos 1980 existiam muitas dificuldades pra se ter
banda. Equipamentos, shows, gravações. Mas a sensação era que ocorria com mais
intensidade e constância. Pensando no hoje, com a facilidade da tecnologia, o
acesso fácil às informações, como você vê os pontos positivos se comparado ao
underground de três décadas atrás?
SB - Sem
dúvida, agora é muito mais fácil pra uma banda gravar, e divulgar seu som. Antes,
era preciso dar um passo de gigante, e poucos conseguiam. Ao mesmo tempo, a
qualidade real dos músicos é muito camuflada com a tecnologia, algo que nos
anos 80 não tinha jeito, se o cara tocasse mal, na gravação isso ia aparecer.
Acho que a maquiagem dos anos 80 passou para as gravações.
RR - Qual o melhor e
pior momento da trajetória do Taurus nesses últimos 30 anos?
SB - Muitos
bons, shows memoráveis. Para citar um, em nosso retorno, depois de muitos anos
parados, voltamos abrindo para o Testament no Canecão, foi marcante pra gente.
Os shows atualmente são muito bons, e o público as bandas nos respeitam onde
estivemos até aqui, isso não tem preço. Quanto ao pior momento, acho que foi
não termos feito a abertura para o Metallica na primeira vinda deles ao Brasil (N.E.
em 1989). Estava tudo em cima, com set list pronto, e não rolou, foi bem ruim.
RR - Em 2010 a banda
voltou com um novo álbum de estúdio, “Fissura”, retomando as composições em
português. Porque essa escolha de idioma?
SB - Com
os shows do retorno, constatamos a força das músicas do “Signo de Taurus”, com
as letras em português. O público vinha com a gente nas músicas de uma maneira
incrível. Decidimos seguir em português, nossa língua. Acredito que conseguimos
fazer um thrash em português decente. Gostamos disso.
RR - E como foi fazer
o novo disco após mais de 20 anos do lançamento do “Pornography” (1989)? Como
sentiu a aceitação dos fãs para do novo trabalho?
SB - Excelente!
As críticas e os fãs nos apoiaram muito,
e foi tudo muito bem.
RR - Um DVD da banda
seria muito bem-vindo. Existiria a viabilidade artística e econômica para uma
empreitada dessas?
SB - Total!
Estamos trabalhando nele agora. Fizemos no final de 2013 o projeto “Super Peso
Brasil”, ao lado de ícones do Metal nacional cantado em português,
Metalmorphose, Salário Mínimo e Centúrias. Lançaremos o show completo com CD ao
vivo desse show. Será uma comemoração aos trinta anos da banda. Sairá em
Setembro pela Urubuz Records.
RR - O que podemos
esperar do Taurus nos próximos anos? Algum novo álbum de inéditas?
SB - Já
temos algumas feitas. Após o lançamento do DVD/CD ao vivo, vamos partir pra
ele.
RR - Fique à vontade
pra deixar uma mensagem a nossos leitores.
SB - Estamos vivos, e na
estrada. Esperamos vê-los por aí. Podem nos encontrar também no www.facebook.com/TaurusThrashMetal.
Força!
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