“Cosmic Records 2022”, os temas autorais nas palavras de seus criadores

 

Após este espaço divulgar o lançamento da coletânea “Cosmic Records 2022”, projeto contemplado com o Prêmio Nelson Seixas 2022 e produzido pela Cosmic Records Produções, chegou a vez dos músicos envolvidos para falar sobre suas criações.

O trabalho agregou bandas e músicos de vários estilos musicais, atuantes em São José do Rio Preto/SP e outras regiões.

 

 ( * Alguns músicos ainda não nos enviaram seus depoimentos – o artigo será atualizado assim que enviarem)

 
 Paulo Garrido (“Chama Violeta”)

 Paulo Garrido - “A música Chama Violeta surgiu de uma reflexão depois assistir as primeiras notícias a respeito dos conflitos entre Rússia e Ucrânia, e de como a natureza bélica do ser humano se mostra em atitudes cotidianas e nas redes sociais. Dessa forma me surgiu o primeiro verso com um jogo de palavras: “Eu tiro o seu ‘n’ e faço de ti violeta”, onde essa energia “Violenta” possa ser transmutada a partir da chama violeta, que representa o sétimo raio do pensamento de Deus numa visão mística, a sétima cor do arco-íris. Dentro dessa técnica de visualização da chama violeta agrega-se a intenção de transmutação, perdão, cura de traumas e equilíbrio das emoções dentre outros benefícios. Então, na questão lírica a música trata desses temas numa linguagem atual onde cada versão apresenta uma variedade de informações e interpretações que dependem da predisposição e certo desvelo do ouvinte. Da parte musical, a melodia surgiu junto com a letra. Em cima dela pensei num arranjo funkeado e dançante, sendo assim uma música menos “séria” e adequada a linguagem simples da letra, ao mesmo tempo contra balanceando a profundidade do tema oculto, na busca do equilíbrio proposto pelo conceito da mencionada chama. A música conta com a participação do Júnior Muelas (Estação da Luz e Big Blues) na bateria, João Carlos “Baby Blues” (Bebop Blues) na gaita e Daniel Verlotta nas congas.”

https://www.facebook.com/paulo.garrido.948

 

 
 Bebop Blues – part. Bruna Venâncio (“Broken Soul”)
 

Fernando Poiana - “Broken Soul” foi composta bem rapidamente. A ideia inicial para a música partiu do João Baby Blues. Ele mostrou a faixa para mim, já com a melodia e boa parte da letra escritas. Aí eu modifiquei alguns trechos da letra, para criar algum contraste de sensações com a parte que ele já tinha escrito, e levamos a música para um dos ensaios com a banda toda. Depois de alguns experimentos e reorganização das partes, o arranjo que está gravado na coletânea já estava pronto.  Antes de gravar a música, nós chegamos a tocá-la ao vivo algumas vezes, como no programa GOMAinc. Apresenta – disponível no YouTube – e no show do Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto. Fazer isso foi importante para “polir” o arranjo e aparar algumas arestas.

Na gravação que vocês ouvem na coletânea, além da Bebop Blues – João Baby Blues, Paulo Garrido, Guilherme Pala e eu – contamos com a participação da Bruna Venancio. Também foi ideia do João Baby Blues convidar a Bruna, com quem a gente já havia se apresentado, e eu fiz o convite. A Bruna foi uma escolha muito acertada para cantar essa música, por causa do trabalho com jazz, blues e soul que ela já desenvolve há alguns anos. Desde o início da composição de “Broken Soul”, a gente queria que ela soasse como algo soul, mas ainda com uma raiz blueseira. Nesse sentido, a contribuição da Bruna foi fundamental, porque enriqueceu a sonoridade. O processo de gravação, em si, foi bem rápido também. Numa sessão a banda gravou baixo e bateria, ao vivo. Em outra sessão, eu gravei violão e guitarras e o João Baby Blues gravou a gaita. Por fim, entregamos a música para a Bruna estudar e, pouco tempo depois, ela gravou a voz principal e os todos os backing vocals. Vídeos com o making of dessa gravação podem ser vistos em @bebopblues.br - Instagram da Bebop Blues. Todas as sessões de gravação foram feitas no estúdio da Cosmic Records, e o Paulo Garrido foi o engenheiro de som que mixou e masterizou a faixa. A produção da faixa é toda da banda também”

https://www.facebook.com/BebopBluesSjrp

 

Vale Hermético (“Elo Perdido”)

 

Rafael Garcia – “A música nasceu de um sonho onde acordei com o som na cabeça, chamei o Paulo Garrido que na época dividia a moradia comigo e eles escreveu a letra, assim, duma vez... Primeiramente tocamos ela ao vivo com um arranjo mais rock'n roll estilo Rolling Stones, mas quando fomos gravar sentimos que poderíamos dar outra intenção ao som, algo que chamamos na hora de "heavy funk" ou funk pesado, a ideia era groovar o instrumental mas com peso do hard rock...conseguimos isso e ainda rolou uma pitada de psicodelismo... O solo lento em cima de uma base pesada, os teclados com timbres espaciais complementam muito a viagem... Sobre a letra do Paulo, acredito que a mensagem é clara: viva! A perspectiva da letra transmite uma certa aceitação sobre as coisas que não controlamos, com um tom de leveza nas palavras e de muita convicção!”

https://www.facebook.com/valehermetico


 

  
Terra do Fundo (“Tião Medonho”)



Baby Blues (“Blindness”)



Lua (“Harmonia”)

 

Luane Cardoso - Sinto, e brinco que a letra da música “Harmonia” veio com um download cósmico (risos). Eu simplesmente acordei numa madrugada com uma frase na cabeça, acordei cantarolando a mesma... Como eu senti as palavras de muita potência, logo peguei o celular para escrever num bloco de notas para não esquecer, assim segui digitando a letra praticamente pronta, como se tivesse vindo de algum lugar misterioso. Sem pensar, sem pausar, em pouquíssimos minutos estavam prontas todas as estrofes. Ainda sem melodia, mas com rimas e conexão nas frases e sequências.

Eu pratico rituais de autoconhecimento e expansão da consciência há algum tempo, (com e sem plantas de poder), e posso dizer que esse conteúdo aplicado na letra e melodia são reflexos de experiências e sabedoria interna que se despertam nesses trabalhos. Inclusive esse evento da escrita, aconteceu um dia após um ritual com Ayahuasca. (Medicina indígena, ancestral).

Sobre todo o brilho da música além da voz, violão e djembe (da minha parte), guitarras, baixo, gravação e produção, o querido Paulo Garrido que me presenteou! Sem contar com o convite incrível que me fez de participar do projeto de sua coletânea "Cosmic Records". Tem também a segunda voz nessa gravação, que é a participação de uma grande amiga minha, a Mimi Teles! Também uma grande artista, visionária, comandante da nave "Mysticallart". (Brinco com o nome "nave" por sua arte nos transportar para multidimensões).

Enfim, a união dessas 3 almas que esparramam pura arte, transformou uma letra recebida do céus, em um arquivo de áudio de muita potência, com o fim de abrilhantar o coração de quem escuta e sente a música “Harmonia”. Uma letra que ensina, conforta, uma "luz que preenche".

https://www.facebook.com/luane.cardoso

 

 

Paulinho Abreu (“Sobrancelha Ariana”)

 

Paulinho Abreu – “A música começou a ser criada por conta de uma foto de 2013, no antigo Radiola Bar, num show do Roberto Seixas. Eu estava tirando fotos lá e vi essa menina da foto, que quando virou-se pra mim vi que ela era bem bonita e tinha uma sobrancelha que chamava a atenção. Perguntei a ela se poderia tirar fotos dela e combinamos de tirar. Eu subi no palco com o Roberto e prometi a ela que ia cantar uma música pra ela, citei ela no microfone. Tivemos contatos depois e aí tivemos um lance e comecei a compor essa música. Ela gostava muito de Nando Reis e então quis fazer algo nessa linha. Na pegada original ela tinha alguma coisa de James Brown. Quando finalizei letra e música foi durante um curso que fiz pelo Governo de SP, nos intervalos. Com relação à produção, foi só agora em 2022 que toquei ela no estúdio do Garrido, que sugeriu increvê-la no FEM, de Rio Preto. Aí a gente gravou ela, comigo na voz (que fiz boa parte dos arranjos também), Paulo Garrido na guitarra, Junior Muelas na bateria e Fábio Renato no baixo. Faltando duas horas pro encerramento da inscrição para o FEM, eu mandei a música pro Paulo Preciso (tecladista) que tocava comigo no Roller Rockers, e então ele fez os arranjos dos teclados, bem rapidamente (pelo talento dele) e aí ele enviou pro Garrido e colocamos na música. Aí o Garrido a colocou num CD de coletânea e fiquei muito feliz e agradeci muito a ele. Aí comecei a divulgar essa música, o pessoal próximo tem gostado muito. Espero que ela ainda vá mais longe, porque a composição é como um filho, né? A gente sempre quer que ela cresça, esse meu desejo”

https://www.facebook.com/paulinho.abreu17.777

 

 

Uma Poesia Qualquer (“Uma Poesia Qualquer”)

 

Ananda Borghi “Um dia o Rafa estava fazendo um dedilhado no violão (o principal da música) e eu estava escrevendo. Sem pretensão nenhuma eu escrevi uma poesia pra ele, falando sobre nosso relacionamento. Depois eu tentei cantar uma melodia em cima do que ele tinha feito. Aí acabou saindo (risos) foi bem sem intenção mesmo, até falo isso na letra. Naquele mesmo ano (2021) nós gravamos um EP acústico voz e violão na Cosmic mesmo com intenção de vender umas cópias pra poder produzir o álbum autoral, Brasa de Cetim”, que saiu agora em fevereiro. Quando o Paulo ganhou o (prêmio) Nelson Seixas, ele nos convidou pra gravarmos ela pois disse que era uma das que mais tinha gostado. A princípio, a música sempre teve ideia de ser acustiocona mesmo, mas com o convite do Paulo repensamos. Para os novos arranjos, o Rafa se inspirou muito em música folk irlandesa e nos rock n roll que ele curte também (risos). Fomos a Rio Preto gravamos os violões e a voz, e o Paulo que fez bateria e baixo. Não sabíamos o que ele ia criar, e quando mandou pra gente, nós amamos demais. Ela acabou se tornando uma das favoritas. É uma música simples que fala sobre sentir amor por outrem”

 

https://www.facebook.com/anandaborghi

 

 

DannyVer (“Cochilou, Cachimbo Cai”)


 

 

Hell Preto Vampires (“Piperita”)

 

Denis Tonon - “Em 2023 entramos com a canção PiPERiTA na coletânea da Cosmic Records (Paulo Garrido), contemplada com o prêmio Nelson Seixas 2022. Na gravação, no Garrido Centro Musical, colaboraram Paulo Garrido, na guitarra, bateria, ukulelê, viola, baixo e vocais (bem como a produção), Wesley Ribeiro "Barsa" na bateria e triângulo (ao final), Matheus Góes nos vocais, Thiago Carvalho (Alma Groove) nos vocais, Julio Felix, nos vocais, Maria Eugênia, piano e vocais e Denis Peter na composição, guitarra base e vocais. O termo O termo "Vampires" (que compõe o nome da banda) também se refere à sabotagem velada em forma de um vampirismo mútuo cultural que ocorre nessa região, onde a impressão que se tem é que a falta de cooperação na classe musical ocorre, nos termos de alguns colegas, em um "morrer de medo íntimo e coletivo de ver o outro se projetar na área". Então, é aquela sabotagem vampiresca do caipira sertanejo travestido daquela camaradagem "leonárdica", ou seja: durante o dia, é um piadista camarada, com tapinha nas costas e palavras de incentivo. Pela noite, contudo, é torcida contra, sabotagem constante e menosprezo pelo trabalho alheio. É o DNA do artista riopretense. Os músicos dos bares de hoje sabem do que estou falando. A faixa “PiPERiTA”, fala muito sobre esse cinismo velado dessa turma de artistas daqui, que não saem do lugar, não desocupam a moita e continuam acolhendo-se mutuamente nesse confortável banquete antropofágico. Ou seja, um grito de ALERTA. Mas gostaria que não fosse o caso. E o nome da música refere-se ao Óleo Essencial de Hortelã Pimenta, ou Mentha piperita , muito utilizado tanto pra saúde, quanto culinária, quanto bem estar no geral. Inclusive com propriedades de cura”

https://www.facebook.com/denis.tonon.9

 

 

 Link da coletânea Cosmic Records 2022 no Spotify: https://open.spotify.com/album/03lTTWEo6y3tjnNYMFlX3L?si=pE6M87D1TsCaNdyKAKYf7A

 

Canal no YouTube Cosmic Records: https://www.youtube.com/channel/UCWV9dLYCyhrDzGv85VAcgSA
 
 

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