Maestrick inaugura novo formato de show
Desde que lançou seu
primeiro álbum, o saudado “Unpuzzle!''
(em 2011), o Maestrick vem trilhando um caminho de crescimento e tem se tornado
cada vez mais um nome conhecido e forte na cena rock/metal do pais. Com o disco
lançado recentemente na Europa, com participações em festivais de porte do
“Roça in Roll” (Varginha/MG), dividindo palco com atrações nacionais e
internacionais de renome, e figurando entre as 10 escolhidas na seletiva
nacional do festival “Monsters os Rock” de 2013, a banda se encontra atualmente
em meio à pré-produção do segundo disco, previsto para sair ano que vem. Além
disso está trabalhando num projeto em homenagem ao falecido vocalista Dio, onde
gravará a faixa “Rainbow Eyes”, junto à Orquestra
Belas Artes de São José do Rio Preto, composta por cerca de 20 jovens
músicos.
Sobre os palcos a banda tem
evoluído e lapidado a olhos vistos suas apresentações. E foi o que aconteceu na
noite de 20 de julho, quando o grupo retornou ao Vila Dionísio (São José do Rio
Preto/SP), local de sua primeira apresentação. A banda inaugura agora um novo
formato de show, ao qual batizou de “The Trick Side of the Songs”. O set mescla
suas excelentes músicas próprias com releituras de clássicos do rock que
inspiraram seus integrantes. Aí fica a pergunta. Teria o Maestrick se rendido à
onda dos covers? Tem duas situações claras que demonstram uma negativa a tal
questão. Muitos dos jovens presentes nesse show cantaram e agitaram mais nas
músicas autorais da banda do que nas versões. E a segunda é justamente pelas
músicas se tratarem disso mesmo: versões. Algumas ficaram bem fiéis a seus
arranjos originais, como “Perry Mason” (Ozzy), “Save Me” (Queen) e “Highway
Star” (Purple). Já outras ganharam a cara da banda, com passagens variadas e um
ganho substancial no peso, como “Aqualung” (Jethro Tull) e “While My Guitar
Gently Weeps” (Beatles, que ficou fantástica). Essas últimas duas por sinal já
foram executadas em outros shows anteriormente.
Após uma brincadeira com “Moby
Dick/Immigrant Song” (Led) a banda inicia o set da noite com “Radio Active”, do
“Unpuzzle!”. Suas músicas parecem soar cada vez melhores ao vivo, como seus
hits “H.U.C” e “Aquarela”. Após “Yellown of the Ebrium” e “Puzzler” e talvez a mais pesada do
disco, “Disturbia”, mandaram uma versão praticamente acústica de “Pescador” e
uma arrasadora da (magistral) “Treasures of the World”. E foram intercalando
seu material próprio com as releituras supra citadas. E com algumas surpresas
como a presença do baterista Heitor nas primeiras vozes de “Throught her Eyes”
(Dream theater ) e com a backing vocal Carol dividindo as estrofes de “Perfect
Strangers” (Purple) com o vocalista Fábio Caldeira. Esquentando as turbinas para o projeto em homenagem ao Dio, a banda mandou também um enérgico medley com três canções do cantor, "Tarot Woman" e "Kill the King", do Rainbow e "Stand Up and Shout", de sua carreira-solo.
Falando em termos de
formação, poderíamos dizer que se tratam de quatro rapazes-prodígios (já que
não mais garotos há tempos). E como exalam pericia e habilidade com seus instrumentos.
Junto a Fabio Caldeira (vocal), Heitor Mattos (bateria), Renato “Montanha”
(baixo) e Paulo Pacheco (guitarra), e das backing vocals Dani Castro e Carol Penhavel, o show
contou com a participação do tecladista Mauricio Lopes (Motordrunk), anunciado
por Fábio como uma presença constante nas próximas apresentações.
O Maestrick já tocou em
palcos maiores e com produções mais elaboradas. Mas esse foi até agora o melhor
show que presenciei da turma. A razão disso talvez seja o fato de que a banda
estava bem à vontade e, com muita tranquilidade, mostrou uma segurança de
veteranos. Suas complexas músicas saem com uma pontualidade e naturalidade
espantosas. Quase ao término do show, Fábio anunciou que um novo projeto está
em planejamento: uma apresentação de todas as músicas do “Unpuzzle!”, em companhia
da orquestra filarmônica da cidade, comandada pelo maestro Paulo Buchala, que
por sinal estava presente naquela noite do Vila.
Aguardemos ansiosos pelo
novo álbum e pelos projetos especiais, na certeza de que a banda está cada dia
mais afiada, ganhando contornos de amadurecimento, e praticamente pronta para
alçar voos cada vez maiores. No complicado cenário do mercado musical
brasileiro das bandas de rock como é salutar nos depararmos com um grupo tão
produtivo e focado como o Maestrick.
estive no vila dionisio no domingo e o show foi ruim.
ResponderExcluirmuitas pessoas reclamaram das musicas escolhidas inclusive depois da 4ª musica o bar começou a esvaziar.
Maestrick começou como promessa, mas precisa se reinvar mais para chegar em algum lugar.
Blz Bruno. Cada um tem uma visão sobre performances e set. Eu particularmente gostei muito, assim como várias pessoas com as quais conversei. Com referência ao público "esvaziar", talvez não seja conhecedor do trabalho da banda ou do rock em geral. Um grande abraço.
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