Cavina lança EP e projeta mostrar seu trabalho no exterior

Quem vivencia o universo do rock no Brasil – leia-se “rock fora da grande mídia” – sabe da soberba qualidade das novas bandas que vem tentando se desenvolver na cena. Além do aprimoramento da técnica musical, muita gente tem evoluído de forma intensa no quesito produção. E quando nos deparamos com bandas que trilham esse caminho baseando-se em seu trabalho autoral, nossa admiração beira as raias da euforia. É isso que vem acontecendo com o power trio Cavina. O grupo, formado em 2012 pelos irmãos Matteus Cavina (guitarra/vocal) e Eduardo Cavina (baixo/vocal) e por Avner Bonifácio (bateria), vem da capital paulista e lançou recentemente seu segundo registro de estúdio, o EP “Cavina”, além de disponibilizar um vídeo clip para a faixa “All The Shit That We Have Done”. A banda têm galgado importantes passos rumo ao crescimento da carreira. Suas músicas tocam em Web Radios de países como Espanha, Inglaterra, México, EUA e Canadá, além de resenhas em importantes veículos musicais nacionais, como as revistas Rolling Stone e Rock Brigade e o portal Whiplash. Consta ainda em seu currículo a abertura de shows de gente como Paul Di’anno e Shaman.

Recentemente a banda assinou com Wikimetal Music, que fará a distribuição internacional de seu trabalho. E por falar em internacional, a banda vislumbra em breve levar seu show além das fronteiras brasileiras, tendo inclusive já recebido alguns convites.

As influências confessas dos músicos abrangem nomes de diferentes escolas como Black Sabbath, Pantera, Sepultura, Motorhead, The Black Crowes, Alice in Chains, Led Zeppelin, Chucky Berry e The Beatles. Mas a música do trio não soa idêntica a um artista específico.



O EP “Cavina”

O que se percebe é que o trio trabalha no sentido de conceber uma linha musical com uma identidade bem própria e pelo que se ouve de sua música, tem atingido esse objetivo. Não é tarefa fácil rotular o som que os rapazes fazem. A base é heavy metal, mas com uma variação nas harmonias que foge do lugar comum. Uma variação de vocais ora limpos, ora com nuances de guturalismo (próximo ao que Phill Anselmo fazia no Pantera), casa muito bem com a intensidade agressiva dos instrumentos, que tem velocidade na hora certa e peso e cadência que jogam a favor do bom gosto das composições. As músicas foram gravadas no Estúdio Lamparina (São Paulo) e foram produzidas pela banda e por Guto Gonzalez (dono do estúdio) e masterizadas pelo Tiago Hospede.
As faixas seguem destinos bem distantes umas das outras. Após a “Intro”, cujos efeitos remetem diretamente ao tema conceitual, o trabalho começa pra valer com “Sokratis’s Demons”, que alterna rapidez e andamentos quebrados, recheados de wah-wah na guita e atuação precisa da batera. Os fraseados vocais são bem cadenciados e com aquela dose de agressividade. Já “Stolen” inicia-se com um riff encorpado, que entoa uma levada de voz com muito groove, faz a faixa desenbocar num refrão que gruda na mente. Pra mim, o carro chefe do EP. “My World” é outra bem variada, com a cadência das paletadas e que flerta bastante com o prog-metal. Um baixo com um timbre no talo abre “Better”, que se apresenta pesada e com boa dose de melodia no vocal, nos remetendo às bandas de alternative-rock nos anos 1990, mas com arranjos mais elaborados e polidos. Talvez a faixa mais melódica do disco, com um excelente trabalho de guitarra. E fechando o trabalho, vem “All The Shit That We Have Done”, com seus vocais dobrados e com outra injeção de groove do baixo, efeitos da guita e a precisão das viradas da bateria. As músicas estão muito bem produzidas, propiciando identificar (e avaliar) separadamente o trabalho de cada instrumentista.

Além de trilhar sonoramente em rumos bem peculiares, as músicas tem uma base lírica bem aprofundada e consistente. Fazem parte de um projeto de 2 EPs (cada um com 6 canções) e são baseadas no livro “O 12º Planeta”, que Matteus têm lido constantemente, desde que a banda ainda não existia. O teor místico e científico do tema inspirou inclusive o design do logotipo da banda. O guitarrista mostra-se profundo conhecedor do tema, buscando inspiração também em outros autores. Matteus mostra ter uma visão bem realista sobre o que quer para a banda e a realidade da cena metal no país.





Uma conversa com Matteus

Ready to Rock - Conte-nos um pouco sobre a formação da banda. Desde o principio a proposta era trabalhar em material autoral?
Matteus Cavina -  Sim, desde o principio a ideia era autoral. Porém, o projeto era para ser um disco solo meu. Convidei um produtor que também é meu amigo, Eduardo Palla, para gravarmos a pré-produção no meu estúdio caseiro.
Na hora de colocar os vocais, o Palla sugeriu que meu irmão cantasse para ver como ficava na voz dele as músicas (que no caso eram “Stolen”  e “All the Shit that We Have Done”). Como o Eduardo (meu irmão) havia acompanhado as gravações durante a semana toda, ele topou e gravou. O resultado foi além do que imaginávamos e na hora um olhou pro outro, meio que já sabendo o que ia rolar. Eu só perguntei se ele toparia entrar e ele topou na hora. Então, meu irmão Eduardo saiu de todos os projetos que ele estava envolvido para se dedicar só ao CAVINA.  A partir daí, começamos a compor juntos, mas ainda precisávamos de um baterista. Em setembro de 2012, um amigo me disse que tinha um cara de Rio Claro que tinha curtido muito o som (pois soltamos as duas músicas na net, na versão demo mesmo) e que esse cara queria mandar um vídeo tocando essas musicas pra gente ver. Quando recebemos o vídeo do Avner, eu e o Eduardo ficamos impressionados e já marcamos o primeiro ensaio. Foi então, que no fim daquele mês, ensaiamos e logo de inicio rolou muita afinidade musical, aquela “mágica”, sabe? Mesmo o Avner vindo com outras influencias musicais que não batem tanto com as minhas nem as do Eduardo, mesmo assim, tudo se completou e já éramos um trio, tínhamos uma banda.

RR - As músicas são baseadas no livro “O 12º Planeta”, que fala sobre a presença alienígena na Terra. Você tem um bom fascínio sobre Nibiru. Conte-nos até que ponto isso influenciou a concepção musical do trabalho.
Matteus - Pois é, eu sou bem envolvido com esse tema, não só Nibiru e toda teoria do livro “O 12º Planeta” de Zecharia Sitchin , mas também toda a teoria que propõe o escritor Erich Von Däniken (autor do livro “Eram os Deuses Astronautas”), além de outros autores, acho que tem muita coisa por trás de nossa história, muita coisa que nos é ocultado por questões políticas e religiosas. É clichê dizer, mas Maquiavel nos deu “O Príncipe” e muitos líderes do mundo bebem desse conteúdo e por isso sabem do caos que se instalaria na terra se, por exemplo, a fé fosse abalada com uma noticia oficial mostrando que não estamos sós e que nossa evolução não foi nada daquilo que você aprendeu na escola. Esse tema na verdade, influência diretamente na concepção musical do CAVINA até agora, mesmo por que, tem muita coisa pra falar ainda e com certeza o faremos nas próximas obras. O Eduardo definiu de forma clara e resumida o conceito da obra em uma entrevista sobre o lançamento do EP. Ele disse: “Essa obra é uma percepção da banda sobre a evolução do Homem e da Sociedade ao longo dos tempos, baseado na Teoria do Astronauta Antigo”. Pronto, é exatamente isso.

RR - O EP todo soa excelente no quesito composição, mas a faixa “Stolen” me chamou muito a atenção por sua incrível qualidade. Tem alguma música que você curte mais por algum motivo específico?
Matteus - Me sinto grato por saber disso, também tenho “Stolen” como uma de minhas favoritas, mesmo por que, ela foi a primeira música que escrevi para o CAVINA. Eu gosto de todas, por que cada uma te leva a uma parte dessa historia que queremos contar, mas eu tenho um carinho especial por “Better”, por ser uma música muito introspectiva. Ela na verdade é um blues e o conceito do blues é de algo simples, vindo da alma, com intenção verdadeira. O Guto Gonzalez captou uma interpretação de voz do Eduardo que eu particularmente achei incrível e tentei repetir isso, em um improviso que veio a se tornar o solo dela. Eu gosto muito de como ela soa sombrio, freak e melancólica ao mesmo tempo, contrastando com a mensagem da letra que é a busca interna para se tornar um ser melhor, transformando o que você tem de menos, no seu melhor, como diz no refrão. Quando o Eduardo berra isso, quase que suplicando e te convencendo, é de arrepiar. Esse é o momento que eu considero que você conseguiu decifrá-la, é aí que parece que a música te acolhe, entende? Como se mostrasse que você não é o único e que mesmo com o pouco que têm, você pode transformar isso em algo poderoso. Está tudo na sua mente e na sua memória genética.

RR - A trajetória do Cavina é relativamente breve. Mas em pouco mais de dois anos vocês produziram muito material. Quais os planos da banda em termos de carreira?
Matteus - É verdade, nesse mês de outubro a banda completa apenas dois anos, mas conseguimos fazer bastante coisa nesse curto espaço de tempo. Nós temos um contrato de distribuição digital mundial do EP com a Wikimetal Music e nossos planos são o de lançar mundialmente em 2015 o EP, não só em CD, mas também em vinil. Também temos mais um vídeo clipe pronto e o show que fizemos com transmissão ao vivo pela internet, no dia do lançamento mundial do EP, direto do Estúdio Lamparina em São Paulo. Tudo isso será lançado ainda. Também temos planos para o CAVINA na Europa e Estados Unidos em 2015, que já estão em andamento.


RR - Você me falou da possibilidade de sair um full lenght, agregando os dois EPs, certo?
Matteus - Sim. Com um full lenght, a obra estaria completa, com as músicas na sequência exata da historia que estamos contando, mas, estamos pensando em antes lançar o segundo EP (que seria a outra metade, a parte 2 da obra) e depois o álbum inteiro com um material gráfico mais completo e detalhado e com uma faixa bônus, “ Walking Through The Valley To The End” que é a música que fecha a obra e nunca foi lançada. Uma coisa interessante é que as musicas desse primeiro EP que lançamos, não estão na ordem da história que estamos contando. Para entender o conceito, ou essa “percepção” como  chamamos, você precisa da segunda parte.

RR - O EP foi produzido por você e pelo Guto Gonzalez (Lamparina Estúdio-São Paulo/SP). Você ficou satisfeito com o resultado do som obtido?
Matteus - É claro que de acordo com a vontade e opinião do Eduardo e do Avner, eu encabeço a produção da parte do CAVINA e o Guto Gonzalez na produção, gravação e mixagem do EP dentro do estúdio. Trabalhar com o Gutão é uma experiência incrível para qualquer banda de qualquer estilo, pois ele consegue ver a essência do som e sacar a proposta real da banda, daí ele sabe como terá que produzir e captar isso para o disco. No nosso caso, ele sugeriu o que nós queríamos também, que era captar o CAVINA como a banda é ao vivo: cru e pesado. Também não colocamos base de guitarra em solos, justamente para mostrar a banda na sua realidade de trio. O clima lá no estúdio Lamparina é muito inspirador e como conhecemos o Gutão de longa data e ele conhece a personalidade musical minha e do meu irmão principalmente, tudo ficou muito mais fácil.  No caso das guitarras, por exemplo, fizemos tudo praticamente em um take só e o Gutão sempre presente na produção e  extraindo o nosso melhor  a todo momento . A masterização  ficou por conta do Tiago Hóspede (ex- DEAD FISH, atual THE SILENCE e TEXAS CURSE),  que também acompanhou a gravação e manifestou esse interesse, o que nos deixou muito empolgados e certos de que o EP estava nas mãos certas. Gravamos tudo na real mesmo em três dias, o resto foi festa. (risos)

RR - Como está o ritmo de shows para o Cavina hoje em dia?
Matteus - Tocamos bastante nesses dois anos e em Setembro de 2014 encerramos nossos shows no Brasil, pois agora estamos nos preparando e trabalhando, para em 2015 levar o CAVINA para outras partes do mundo.

RR - Como você mensura a aceitação pública do trabalho da banda?
Matteus - Olha, a aceitação foi muito maior fora do Brasil. Países como Inglaterra, Espanha, Estados Unidos e Itália nos deram um feedback do qual nem esperávamos. Tivemos a surpresa de um importante produtor musical norte-americano que entrou em contato com a gente e já estamos conversando também, além de outras propostas que estamos analisando. O EP está sendo vendido em mais de 100 países nas plataformas digitais Amazon, Itunes, Deezer, Spotify, dentre outras e divulgado em rádios na Espanha e Estados Unidos e em webradios em outros países. Isso está gerando um interesse para que haja shows do CAVINA nesses lugares. É nisso que estamos trabalhando.

RR - Para o ano de 2015, você me disse que pretende investir num material promocional que envolverá a prensagem em LP e outros materiais de marketing. Isso pode ser um diferencial para a divulgação do nome Cavina?
Matteus - Sim, claro. Eu, quando era moleque, gostava de comprar os discos com letra dentro, pôster, uma arte bem elaborada e tudo mais. Ficava por horas ouvindo CD/Vinil e olhando as capas, alimentando a imaginação, tentando decifrar o porquê disso ou daquilo. Isso faz parte de toda a magia que existe em torno do rock e do metal, por isso, pretendemos fazer o melhor para nosso material, tanto em CD ou vinil, ou mesmo camisetas e outros materiais, que é para que o ouvinte se torne fã e possa,  não só ter consigo em mãos a obra para  ouvir e apreciar, mas também um material exclusivo e de primeira qualidade que vai durar por anos.

RR - Trabalhar com seu irmão na banda é um ponto que favorece muito? E, por ser ele obviamente  muito próximo a você, rola alguma divergência musical mais impactante?
Matteus - Sim, é um ponto que favorece muito. Se você pensar da minha perspectiva, o CAVINA sou eu, meu irmão e um amigo! Ou seja, quem tem banda sabe, uma das grandes vantagens do trio é essa: problemas praticamente nulos. Apesar dos três terem personalidades fortes e presentes, eu só tenho que lidar com meu irmão (que é só um ano de diferença de mim, crescemos juntos, somos melhores amigos, temos os mesmos amigos e ouvimos praticamente as mesmas coisas) e com o Avner que se tornou um grande amigo nosso e é uma ótima pessoa, tanto na banda, como fora dela.
Nesses intensos dois anos nunca tivemos uma discussão, longe disso. Pensamos tanto pró música, a arte em si, que não tem espaço para egos. Falo isso, pois todos sabem como existem “brigas de ego” dentro de bandas, aliás, grandes bandas já acabaram por isso. No CAVINA isso não existe, mesmo por que, não fazemos nada que não seja um desejo unânime dos três. Mesmo nas composições, se eu chego com um esqueleto de música, o Eduardo e o Avner parecem que entendem exatamente o que é aquilo e começam a compor em cima, dar opiniões, etc, e cara, sempre o resultado final é exatamente aquilo que os três queriam. Essa “afinidade” que temos, transparece muito ao vivo também, o Avner improvisa ao vivo comigo coisas que nunca combinamos e sai perfeito! O mesmo acontece com meu irmão, aliás, eu e o Eduardo sabemos até o que o outro está pensando só de bater o olho. O fato de cada um ter suas influencias musicais só agrega nas composições. Eu sou do metal Sabbath, do grunge do Alice in Chains, do blues e do rock n’roll de Chucky Berry a Black Crowes, o Eduardo já vem do thrash metal do Slayer e Metallica,  passa pelo hardcore old school, mas também é um fanático por Beatles. Já o Avner é do metal do Helloween, Angra, ao progressivo do Dream Theater. Claro que temos muitas influências em comum também, mas é muito diferente os três e é isso que eu acredito ser o diferencial nas composições, essa mistura.

RR - Qual a realidade de uma banda que faz heavy metal autoral encontra, sendo formada nos últimos anos?
Matteus - O que eu vou falar é uma percepção particular minha. Eu acho que até serve para todos os estilos, não só o heavy metal: Se você se dedicar para ser bom no seu instrumento, fizer música boa com conteúdo, reunir uma banda com pessoas que tem o mesmo ideal que o seu, ensaiar e ensaiar para que sua apresentação seja impactante, gravar um disco ou EP em um estúdio profissional, com equipamentos e instrumentos de alta qualidade e com um produtor que entenda sua proposta, se preocupar em colocar isso na internet de modo que você não desvalorize seu trabalho, mas que mantenha sempre difundindo pelos canais corretos e buscando sempre fazer novos contatos,  é difícil você não conseguir se destacar. É claro que hoje em dia as coisas são mais difíceis para artistas novos como a gente, ainda mais aqui no Brasil, mas não são impossíveis. Se você estiver disposto a sair de sua zona de conforto e encarar grandes mudanças em prol da música e do heavy metal e trabalhar para que isso aconteça, com toda sua determinação focada nisso, eu acho que tudo é possível.
Você pode acompanhar hoje várias bandas de heavy/hard de alta qualidade  se juntando, às vezes criando até uma base de suporte mesmo, como é o caso de um projeto bem legal que vi, o BASE ROCK, que são varias bandas que se uniram criando  um suporte maior entre elas  para shows, tour, criar eventos, vender os discos e merchandising  das bandas etc., ampliando o espaço na mídia para novas bandas autorais e que está funcionando. Bandas que inclusive conheço e indico: Mattilha, SUN, Burlesca, Trezzy, Shocker e Sioux 66, outras que também estão aparecendo com força como a Furia Louca, Maestrick, Texas Curse, Mão Santa, Ralo, Motordrunk, Motel à Vista dentre outras. O lance é ter determinação e se organizar.

RR - Fique à vontade para deixar uma mensagem final a nossos leitores.
Matteus - Gostaria primeiramente de agradecer a você, Júlio Verdi,  por essa oportunidade e também pelo seu empenho e dedicação ao Heavy Metal em todos esses anos. Gostaria de agradecer também à nossa família,  aos amigos e fãs do CAVINA, ao Estúdio Lamparina, All Vivus e à Wikimetal Music  pelo suporte. Fiquem ligados que  ainda esse ano sairá mais um clipe do CAVINA  e o show ao vivo completo que fizemos no dia do lançamento mundial do EP.
NO GUT’S, NO GLORY! CAVINA!
Forte abraço, Matteus Cavina.

Mais informações sobre a banda, acesse www.facebook.com/cavinaofficial


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