Mad Dragzter: thrash tradicional e empolgante em seu mais recente álbum
Thrash metal tradicional. Diante de tantos incrementos que o estilo sofreu ao longo dos últimos 30 anos, não haveria termo mais apropriado para classificar aquele som característico praticado por nomes como Exodus e Testament. E é nessa região que habita o som da banda paulista Mad Dragzter. Riffs marcantes, bateria martelo e andamentos hora rápidos, hora cadenciados. Sem aderência a muitos efeitos ou qualquer aproximação de outros estilos mais extremos.
"Strong Mind" (2003)
"Killing the Devil Inside" (2006)
A banda começou sua trajetória em 1998, na cidade de São Paulo/SP. De lá pra cá foi moldando e amadurecendo suas produções até chegar ao trabalho "Master of Space and Time", assinado por Tiago Torres (guitarra/vocal), Gabriel Spazziani ( Guitarra), Eric Claros (bateria) e Armando Benedetti ( baixo). Anteriormente a banda já havia lançado os álbuns Strong Mind” (2003) e “Killing the Devil Inside” (2006). "Master of Space and Time" é uma ótima produção, com muita melodia nas guitas (solos, alguns com wah-wah, e passagens e intros entre os riffs cortantes, como na faixa "Vox Spiritus Sancti"). A voz de Tiago se torna um diferencial entre as bandas do estilo, funcionando como um híbrido perfeito entre um Hetfield e Belladona. Muitos backgins vocals do disco nos remetem mesmo aos tempos antigos do Anthrax. Como destaque temos "Almighty" (com seu poderoso refrão). Já "Valley of Dry Bones" e "Gehena" apostam na velocidade desenfreada com seus riffs cavalgados. A faixa título, "Megido" (com suas linhas de baixo marcantes, como ocorre também em "King of Kings") e principalmente "One Nation, One Church" apresentam aquela distorção limpa (que encontramos num "And Justice for All" por exemplo). A cadência dá suas caras em alguns momentos de faixas como "5708" e "From Emptiness to Infinity". É enfim um disco acima de tudo muito agradável aos ouvidos acostumados a essa linha clássica de thrash. Daqueles que você ouve uma vez e quer apertar o repeat.
Ready to Rock - A banda está na
ativa desde 1998. Olhando pra trás até os dias de hoje, qual as maiores
conquistas do Mad Dragzter"?
Tiago Torres - Sem dúvida
ter uma banda de Metal no Brasil já é uma luta para heróis! (risos). Nossos 4
discos, nossos shows, a base de fãs que conquistamos. Não tem preço! E com
certeza isso vale toda nossa Luta e Esforço!!! Por todos esses anos!!!
RR
- Após o lançamento de "Killing the Devil Inside” a banda parece ter feito
um pausa. O que aconteceu?
TT - O disco
saiu no final de 2006 e logo depois a banda acabou! Eu particularmente achei o
álbum muito light para o que deveria ser o Mad Dragzter desde sua fundação.
Fiquei desapontado com o disco, apesar de hoje gostar mais dele do que quando
saiu! Comecei a compor material para um álbum solo que no final virou o "Master".
Mostrei para os caras as idéias e a direção do novo disco e todo mundo gostou.
Em 2008 começamos a gravar as primeiras demos!
RR - "Master of Space and Time" soa
mais orgânico e com evolução clara de produção em relação aos discos
anteriores. Como a banda chegou a esse nível de composição e produção?
TT
- O disco foi produzido e gravado pelo
Gabriel Spazziani, guitarrista do MD, em seu etúdio Casa da Lua. E isso fez
toda a diferença! O perfeccionismo dele para chegar no som, nos detalhes, nos
timbres, transformou o disco. E ficou realmente, como temos ouvido de muita
gente, no nível dos gringos!!!
RR -
Nesse terceiro álbum a banda se mostra
muito coesa em composições marcantes como "Almighty", "King of
Kings" e "Megido". Quais suas faixas prediletas do álbum e
porquê?
TT -
Dureza!!!! (risos gerais).Todas!!! Mas
talvez minhas prediletas sejam a “5708” por ter o solo mais marcante do disco e
a “One Nation, One Church” porque o riff principal é realmente destruidor..(risos).
RR - "Master" vem sendo distribuído de
graça em algumas lojas do país. Qual a intenção dessa proposta, no ponto de
vista mercadológico?
TT -
Que o maior número de pessoas possível
possam conhecer o disco, a banda. Sabíamos do potencial desse disco mas também
sabíamos que uma pequena banda parada há quase 10 anos seria irrelevante. Dessa
maneira voltamos com força total!!
RR - Após mais de três décadas da existência do
thrash metal, vejo a banda vinculada aos elementos tradicionais do estilo, e
sem a (em minha opinião) discutível tendência de flertar com alguns elementos
comuns a bandas americanas (thrashcore, new metal, industrial). Como você vê
essa relação da banda com sua sonoridade.
TT -
Nossa influência sempre foi dos criadores
do estilo. Metallica, Slayer, Exodus, Testament, etc....De mais novo só Pantera,
Machine Head e Nevermore. O Lamb of God tem umas coisas legais também. Por isso
nosso som é bem fincado em coisas mais antigas e fora isso temos bastante
influência de Metal Tradicional e Hard Rock também.
RR - Li que a banda tem tido bastante aceitação em
países da Europa, com a Holanda, por exemplo. Quais são suas expectativas com
relação à divulgação da Mad mundo afora?
TT -
Pelo fato do disco estar disponível
online gratuitamente a música acaba não tendo barreiras. E temos recebido feedbacks
do mundo todo. De Rússia à Argentina, de Taiwan ao México. Toda a Europa. A
Música está se espalhando....
RR - Como está a rotina de shows da banda?
TT - Temos dificuldade com nosso empregos “normais”,
então não temos possibilidade de fazer tours grandes como no começo da banda.
Mas para esse ano faremos um show de lançamento e uma pequena tour. Já ano que
vem pensamos em algo maior, inclusive, se possível, na gringa!
RR - Como sempre converso com algumas bandas
entrevistadas, vou lhe fazer um pergunta clássica. Como você vê o metal no
Brasil nos dias de hoje?
TT -
Da mesma maneira que sempre! Não sendo
popular, no underground, para poucos, infelizmente. No Brasil sempre foi assim
e acho difícil mudar algum dia. Mesmo quando o Sepultura estava no auge não
conseguimos mudar o status do estilo em um país tomado por sertanejo, axé, etc,
etc...Mas muitas bandas sobrevivem de maneira heróica por aqui e acho que o surgimento
de um “novo” Sepultura (em termos de reconhecimento e visibilidade mundial)
poderia ser combustível para uma nova era do Metal em nosso País!
RR - Vejo há anos que a produção de metal no
Brasil não deve nada ao que é feito mundialmente, especialmente nos quesitos
composição e execução. Chegará um dia em que o fã de metal do país vai apoiar
(presença em shows) com a mesma intensidade do que faz com bandas de fora que
tocam aqui?
TT -
A regra no Brasil é: seja conhecido e
reconhecido fora que você também será por aqui. Por isso que fora Sepultura,
Angra e Krisiun dificilmente uma banda hoje pode mudar esse cenário. Mas se
estourar fora aí a coisa muda por aqui. Essa regra é velha e dita nossa cena há
30 anos!!
RR -
O que esperar do Mad Dragzter para os próximos anos?
TT - Na verdade o "Master" é o primeiro
de uma série de 4 álbuns que são interligados, como se
fossem episódios de uma história, que já estão planejados serem lançados nos
próximos 10 anos. Então em relação a lançamentos vamos continuar a todo vapor.
Em relação a shows, vamos tentar tocar o máximo possível e em locais no Brasil
e fora que nunca tocamos. O MD sempre foi uma banda de palco e de estrada. Na
medida do possível queremos retomar isso!
RR -
Fique à vontade para deixar uma mensagem aos leitores dos canais onde esta
entrevista é publicadaTT - Júlio,
Muito obrigado pela Força e pela Oportunidade! Quem ainda não conhece a
Banda/Album pode baixar gratuitamente nesse Link: https://onerpm.com.br/album/935170912 E para a Galera de SP ainda tem um resto de
CDs sendo distribuídos Gratuitamente na Die Hard, na Galeria do Rock! STAY
THRASH! STAY MADZ!!!!
Maiores
Informação sobre a banda, acesse: https://www.facebook.com/MAD-DRAGZTER-73957534135/?fref=ts
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